Os livros proféticos no Antigo Testamento sempre me trazem várias dúvidas e comumente fico algum tempo pensando sobre o que “tudo aquilo” tem a ver comigo. Da última vez que li o livro de Ezequiel também foi assim. Muitas questões de difícil compreensão e muito tempo gasto pensando…
Apesar de muitos discursos sobre ira, destruição, sangue e castigo, Ezequiel também é um livro de esperança, reconstrução e restauração. Um livro atual, cheio de analogias e simbolismos que dizem muito para nós hoje.
Já bem no final desse longo livro, depois de alguns discursos duros e sangrentos, Ezequiel descreve uma de suas visões: um templo e detalhes sobre seus pátios, portas, salas e altares. Então o profeta passa a falar sobre algumas das características e atribuições que os sacerdotes, responsáveis por ministrarem nesse templo, teriam. Oferecer sacrifícios em nome do povo, usar roupas de linho, andar com os cabelos sempre aparados, e vários outros detalhes sobre sua conduta, que em uma leitura corrida e desatenta não parecem fazer sentido.
A função principal dos sacerdotes, no entanto, não era se apegar a todas essas regrinhas e cerimonias, mas:
Ez 44:23 “Eles ensinarão ao meu povo a diferença entre o santo e o comum e lhe mostrarão como fazer distinção entre o puro e o impuro”
Esse era o papel dos sacerdotes. Era isso o que estava por trás de todas as atribuições e era isso o que mostrava a necessidade dessa conduta rigorosa.
Muitas interpretações têm sido feitas sobre essa passagem de Ezequiel. Não cabe aqui discutir sobre elas. Cabe, no entanto, a reflexão sobre essa passagem à luz do Novo Testamento. E é Pedro quem diz, logo no início de sua primeira carta:
1 Pe 2:5 “Vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo”.
A Bíblia é clara! Através de Cristo, o sacerdócio agora está por nossa conta! A responsabilidade é nossa de ensinar ao povo a diferença entre o santo e o comum, entre o puro e o impuro. Dura responsabilidade, exercida através de simples atitudes no nosso dia-a-dia.
Sl 93:5 “A santidade, Senhor, é o ornamento perpétuo da tua casa”.
Eu e você, que através de Cristo somos agora templo do Espírito e casa de Deus, somos também sacerdotes, cuja principal atribuição é ter a santidade como ornamento e através das nossas atitudes ensinar o que é puro e santo.
Porque somos “sacerdócio santo”; foi o que Pedro falou e Ezequiel me lembrou. A nossa vida precisa ser referência de pureza, para que as pessoas aprendam a diferença entre o puro e o impuro.
Como ensinamos a diferença entre o santo e o impuro? Vivendo a santidade…ou a impureza.
O que você tem ensinado através do seu estilo de vida? Qual tem sido o seu ornamento?
Puxa vida, Quel!
Gostei muito do seu post e da maneira como você conseguiu associar Ezequiel e Pedro…
Que possamos lutar para sermos exemplo em nosso sacerdócio!
Bjo!
Instigantemente desafiador e motivante, Quel!!! Bela escrita, belo post.
Obrigado por partilhar essa ideias . Foi um presente .
ótimo texto!!
Quel, viver o nosso sacerdócio na pureza é mesmo um dos grandes desafios do nosso tempo! A podridão deste mundo precisa do combate firme de pessoas de fé! Estejamos sempre a postos!!!